Carl Gustav Jung
Não posso deixar de mencionar o seguinte comentário a respeito de Jung:
“Ler Jung é como mergulhar num imenso lago, de águas plácidas e profundas; passar pelos rigores das geleiras de inverno e viver a bem-aventurança do verão. Jung não quer que nos tornemos filhos devorados de leões, fazendo em nossas vidas estéreis e monótonas, Ciência estéril. Quer que como ele fez na sua, busquemos além, em nós mesmos. Além de tudo o que nos dizem que é certo e errado, útil ou inútil, lá perto do ponto em que pensamento e sentimento se harmonizam, para orientar nossas vidas. Na História da Antropologia, na Arte, na Ciência, na Filosofia, na Religião, quer que busquemos o fio condutor para o Todo. Cada faceta contém também a verdade; cada um reflete o universo à sua maneira.[...] Se todos puderem se voltar por um instante para a direção que aponta sua obra, vislumbrarão que Jung dedicou sua vida a buscar: uma maneira de viver a imensa energia que temos disponível, mas na maior parte das vezes adormecida no nosso inconsciente.”
Percebo também que o ato de escrever me proporciona a oportunidade de emergir para o consciente muito do inconsciente, que de outra maneira encontraria dificuldades.
Devo lembrar que o caminho de cada um é singular... Poderá ser extraordinário a partir do momento em que se permite que assim o seja. Abrir o coração, a mente e a alma para as possibilidades infinitas que governam as leis intrínsecas dessa grande Energia Inteligente e Perfeita, que aguarda pacientemente nossa permissão para que tomemos posse de nosso direito de usufruí-la com toda plenitude a que se dispõe.
Não se desespere se estiver vivendo no momento em que deseja muito entrar em sintonia com essa energia, mas não foi capaz ainda de senti-la, ou não percebe nenhuma mudança significativa em sua vida.
É um processo que tem início com a vontade, com a pré-disposição em sintonizar com essa Energia, então aprofundamos em estágios mais avançados quando alteramos nossos pensamentos para os níveis mais elevados, chegando ao ponto em que queremos ser pessoas melhores, avançando para o ponto em que desejamos o bem aos que estão a nossa volta, e neste ponto, sem percebermos, estamos fazendo com o outro o que gostaríamos que fizessem a nós mesmos; e daí por diante avançando cada vez mais, de forma gradativa, de acordo com cada indivíduo, num processo evolutivo que desconhece limites. Porém, ainda no início do processo, mesmo quando é somente uma sementinha do desejo de viver mais plenamente, já é o suficiente para dar início ao fluxo de Energia em nossa direção até que toda Natureza conspire a nosso favor.
Por essa razão medo, raiva, desânimo, ansiedade, desespero e outros sentimentos negativos são fatores que impedem de nos conectarmos com essa Energia. Esses sentimentos negativos vibram em energias mais densas, dificultando nossa ligação com a energia mais sutil e positiva, afastando-nos de nós mesmos, de nossa Essência naturalmente virtuosa e bela.
Essas reflexões posso fazê-las com riqueza de detalhes, por tê-las vivido em minha própria pele. Devo admitir que antes de iniciar o projeto desse livro, meu estado de saúde era, o que a maioria dos médicos diriam, um quadro de depressão, que já durava quatro anos. A medida em que fui educando minha mente para um estado mais positivo fui percebendo o envolvimento com essa Energia Inteligente.
O simples fato de mudar a qualidade dos pensamentos e o foco dos acontecimentos foi suficiente para descortinar um cenário mais pleno, mais tranqüilo e mais belo, sem a necessidade de nenhuma mudança física, apenas mental. Neste ínterim ocorreu o episódio do sonho em que escrevia um livro (são os sinais), o qual me arrebatou à infância, colocando-me frente a frente com meus ideais mais remotos e mais verdadeiros e puros. Torná-lo realidade colocou-me no fluxo da vida. Deus trabalha de forma misteriosa...
“Todos os dias Deus nos dá um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. O instante mágico é o momento em que um ‘sim’ ou um ‘não’ pode mudar toda a nossa existência.”
Paulo Coelho
“O Bom Combate é aquele que é travado em nome dos nossos sonhos; foi transportado dos campos de batalha para dentro de nós mesmos. [...] Quando renunciamos aos nossos sonhos e encontramos a paz, temos um pequeno período de tranqüilidade. Mas os sonhos mortos começam a apodrecer dentro de nós e a infestar todo o ambiente em que vivemos. O que queríamos evitar no combate, a decepção e a derrota, passa a ser o único legado de nossa covardia.”
Paulo Coelho
Como disse antes, esse livro teve sua origem a partir de um “insight” que me veio em sonho. A priori o que eu tinha em mente foi somente o conteúdo do sonho: o poder que todos possuímos em nosso interior e que por alguma razão não conseguimos exteriorizar e realizar, então o sobretudo, utilizado como uma roupa de super herói, seria um meio de canalizar essa energia.
Conforme fui escrevendo, as idéias foram emergindo quase sem controle, por isso a dificuldade em organizá-lo de forma a não perder o ritmo. Mas a minha preocupação fundamental é ser o mais fiel possível a essas idéias, que se originam do inconsciente, por julgá-las mais genuínas, portanto ricas de conteúdo, do que encaixá-las numa forma racionalizada. A própria idéia de escrever o livro surgiu do inconsciente, então devo dar-lhe a devida relevância.
Essa tarefa transcorre sofrendo intervalos em favor de outros compromissos diversos, dos quais não posso me furtar. Porém, em todos eles sempre me deparava com alguma coisa ou situação que serviria para enriquecer esse livro, de forma que criou-se uma sincronicidade. Aproveito-as o máximo que posso.
Certa ocasião foi necessário acompanhar minha irmã ao banco, para resolver problemas burocráticos. O inconveniente é que o banco ficava dentro de um shopping. Observe que os shoppings não possuem janelas, as pessoas não sabem se é dia ou noite, ficam circulando absorvidas por uma profusão de roupas, acessórios e uma infinidade de objetos distribuídos em vitrines minuciosamente arrumadas de forma a seduzir os mais incautos a comprar.
Muitas pessoas compram sem se dar conta de que estão comprando somente para extravasar a tensão, a ansiedade e elevar a auto-estima. Conseqüência de uma sociedade de consumo exacerbado, cujas causas se encontram na ausência do mergulho interior (auto-conhecimento); no apego (busca da felicidade no outro e não em sim mesmo); no ritmo acelerado da vida moderna (que nada mais é senão a corrida para alcançar uma posição de status e garantir as conquistas materiais e humanas - conquistar o outro -).
É nesse panorama que o indivíduo é pressionado a trocar seus verdadeiros e legítimos sonhos por profissões que mantenham esses padrões. Mas observe que ao atingir essa meta o indivíduo está angustiado e desenvolvendo inúmeras doenças. A questão é que, enquanto essa busca for externa e não interna, não tem como quebrar o círculo vicioso que tende a se formar.
A única parte do shopping que me interessa são as livrarias, imensas e repletas de livros. Funcionam para mim como um parque de diversões funciona para uma criança. Então, para compensar a árdua tarefa, entrei na livraria. Fui atraída diretamente para um grosso livro com a foto de Albert Einstein na capa. Comecei a folhear e detive-me no capítulo que descreve a relação de Einstein com Deus. Interessante... Muito interessante e enriquecedor... É a confirmação de que estou no caminho certo, são os sinais indicando que estou no fluxo da Energia Inteligente. Não há limites para as sincronicidades e sinais. Eles se dão das formas mais variadas e surpreendentes. Muitos chamam de milagres. Nunca deixo de me espantar, nem de me sentir grata.
“Não sou ateu. O problema aí envolvido é demasiado vasto para nossas mentes limitadas. Estamos na mesma situação de uma criancinha que entra numa biblioteca repleta de livros em muitas línguas. A criança sabe que alguém deve ter escrito esses livros. Ela não sabe de que maneira, nem compreende os idiomas em que foram escritos. A criança tem uma forte suspeita de que há uma ordem misteriosa na organização dos livros, mas não sabe qual é essa ordem. É essa, me parece, a atitude do ser humano, mesmo do mais inteligente, em relação a Deus. Vemos um universo maravilhosamente organizado e que obedece a certas leis, mas compreendemos essas leis apenas muito vagamente.”
Albert Einstein